
Na noite da última sexta-feira (5), a antiga sede do Senai, no Centro do Jaboatão dos Guararapes, se transformou em um cenário de sonhos para receber as 50 jovens participantes do III Baile de Debutantes Solidário, promovido por meio do programa Amor por Jaboatão. Com mais de 500 convidados, tapete vermelho, Guarda Municipal em traje de gala, decoração especial e uma estrutura montada com 100% de doações, o evento reafirmou o compromisso da gestão com a inclusão e a valorização das famílias.
Enquanto as debutantes eram recebidas com fotos no backdrop, miniaturas de bolo e mimos personalizados sobre cada mesa, o prefeito Mano Medeiros e Andréa Medeiros, primeira-dama e gestora de Políticas Públicas Sociais (PPS), cumprimentavam uma a uma as famílias, reforçando o simbolismo do programa de acolher e agregar. “Tudo aqui foi construído com amor e sem nenhum gasto da Prefeitura. É a prova de que quando a gente sonha junto, as coisas acontecem”, destacou o prefeito Mano Medeiros. “Esse espaço está irreconhecível. Foi preparado com muito carinho por voluntários. Nada disso seria possível sem as mãos que se dedicam ao próximo. É muito simbólico que o Baile deste ano aconteça no Dia Internacional do Voluntariado, só temos a agradecer”, afirmou Andréa Medeiros.
Alunas da rede municipal de ensino, de unidades inseridas no programa Juntos pela Educação, que dentre outros quesitos avalia cenários de vulnerabilidade social, a seleção das meninas também tem inclusão e respeito. Das 50 debutantes deste ano, metade foi composta por meninas atípicas. Entre elas Maria Isabela Silva, moradora de Cajueiro Seco, que tem paralisia cerebral. Acompanhada da mãe, Rafaela Fernandes, a adolescente viveu a noite como uma verdadeira princesa. A expectativa de Isabela vinha crescendo desde o início da semana, no ensaio da valsa. Em casa, a coreografia foi ensaiada ao lado do pai, também usuário de cadeira de rodas, numa cena que emocionou até os profissionais envolvidos na preparação. “Eles treinavam com uma dedicação linda. É uma prova diária de amor”, contou Rafaela, que disse realizar ali não só o sonho da filha, mas o seu próprio. “Eu nunca tive festa de 15 anos. Ver minha filha viver isso é um presente”.
Outra protagonista da noite foi Rebeca Ferreira, jovem com síndrome de Down que atravessou o salão sorrindo, irradiando orgulho e alegria. A mãe, Alexandra Ferreira, mal conseguia falar sem se emocionar. “Nunca imaginei que um dia Rebeca teria uma festa assim. É como se o mundo dissesse para ela: ‘você pode, filha’”, afirmou. O pai, seu Severino, completou. “A gente luta todo dia pelos nossos filhos. Hoje eu sinto que valeu a pena.” A própria Rebeca fez questão de deixar registrada a sua emoção. “Estou muito feliz. Sou princesa hoje.”
O ponto alto da noite chegou quando os cadetes do Exército entraram para a tradicional valsa. O salão inteiro silenciou, familiares seguraram celulares com as mãos trêmulas e muitas mães não contiveram as lágrimas ao verem suas filhas rodopiarem pela primeira vez como protagonistas. Para muitas delas, tratava-se de um sonho que nunca puderam realizar na juventude e que agora ganhava vida diante de seus olhos.
O programa Amor por Jaboatão, responsável pelo baile das debutantes e outras iniciativas do guarda-chuva social do município, é reconhecido como uma rede que mobiliza a sociedade para transformar vidas. À frente do programa Amor por Jaboatão, Andréa Medeiros relembrou o esforço coletivo que sustenta o baile desde a primeira edição. “Este evento é a prova de que quando cada um sai um pouquinho da zona de conforto e olha para quem mais precisa, o impossível começa a acontecer. Esse baile cresce a cada ano porque ele é movido por amor, doação e humanidade”, afirmou, emocionada, ao chamar ao palco a equipe de voluntários que viabilizou a noite.
Além da festa, as jovens receberam todos os elementos de uma celebração tradicional de 15 anos como book fotográfico, curso de automaquiagem, vestido, sapatos, bolo e preparação completa, tudo fruto da colaboração de parceiros e voluntários e sem custos para a administração pública.
A noite terminou com aplausos, abraços e recordações que ficarão para sempre guardadas na memória das famílias. Entre passos da valsa, coroas reluzentes e sorrisos largos, Jaboatão escreveu mais um capítulo de afeto, inclusão e reconhecimento da dignidade de cada jovem que cruzou o imponente tapete vermelho. Um baile construído por muitas mãos e que continuará ecoando como símbolo da força da solidariedade.



