
A recente nota à imprensa de Raul Henry revelou uma postura ingrata e profundamente desrespeitosa com Jarbas Vasconcelos, seu maior mentor político e uma das principais lideranças do MDB de Pernambuco. Além da deselegância ao tentar reescrever sua trajetória política, Raul cometeu uma grave indelicadeza ao expor, de forma desnecessária, o estado de saúde de Jarbas, atitude vista como oportunista e inaceitável por aliados e observadores atentos da política local. Ao afirmar que sua caminhada ao lado de Jarbas foi marcada por lealdade e companheirismo, Raul ignora episódios que contradizem essa narrativa, como quando articulou a retirada de Jarbas de uma candidatura tranquila ao Senado para ocupar a vaga de vice-governador na chapa de Paulo Câmara.
Além disso, Raul Henry se recusou a montar uma chapa proporcional que incluísse Jarbas Filho como candidato a deputado estadual, mas estruturou sem dificuldades uma para viabilizar sua própria candidatura a deputado federal. Ele também parece esquecer que, quando a direção nacional do MDB tentou intervir no diretório estadual, foi justamente o prestígio de Jarbas em Brasília que impediu a manobra e garantiu sua permanência na presidência do partido em Pernambuco.
A derrota de Raul para a deputada Iza Arruda, filha do prefeito de Vitória de Santo Antão, revela seu atual desespero político. Em busca de agradar aos novos aliados, tenta se reposicionar, desconsiderando quem sempre lhe deu suporte. Sua nota à imprensa soa como tentativa de reescrever a própria história, apagando a contribuição decisiva de Jarbas em sua trajetória.
A atitude de Raul Henry não passou despercebida. Entre os aliados históricos de Jarbas, entre os que construíram o MDB de Pernambuco e conhecem os bastidores da política local, a nota foi recebida com indignação. Todos os que militaram ao lado de Jarbas Vasconcelos sabem reconhecer quando a lealdade vira apenas discurso — e quando o desespero toma o lugar da gratidão.



