
No dia 13 de Agosto, completará 10 anos sem a presença desse homem que amei como um amigo e líder. Desnecessário recordar que o conheci em 1992, e, portanto, em 2014, ano de sua morte, que completará 10 anos da sua ocorrência, eu já contava com a sua amizade a mais de 20 anos. Já contei isso em outro texto mas poderei fazê-lo novamente com mais detalhes.
Eduardo era apaixonante, cativante e extremamente inteligente. Era teimoso mas sabia ouvir e retroceder quando convencido que estava errado. Na próxima oportunidade contarei como ele foi demovido de lançar Tadeu ao governo e escolheu Paulo Câmara.
Morria sim de medo de viajar de avião. Fosse o Jato da falida Weston, fossem os King Airs de outra empresa. Um dos seus pilotos favoritos era Barbára (isso mesmo, acento na segunda sílaba). Nunca deixava faltar um Old Par lacrado para todo embarque. Embora medroso, segurava em seus “patuás” que carregva no pescoço a cada decolagem, eram nesses voos que muitas conversas impublicáveis aconteciam. Cansei de ser colocado para fora do avião para que outro passageiro fosse em meu lugar porque Eduardo queria ter uma “conversa” com tal pessoa. Eu atuava como um personagem oculto de bastidor, mas nunca deixei de ser ouvido por ele.
Lembro exatamente daquela semana de agosto de 2014. Que começou no domingo dia 10, Dia dos Pais e aniversário de Eduardo, sua morte no dia 13. Da minha ida a São Paulo providenciar a vinda dos restos mortais junto ao IML, mas não sem antes ir a Santos naquele mesmo sábado 16 providenciar que o cartório daquela cidade exarasse os atestados de óbito. Há um detalhe que passou despercebido, mas na correria fiquei em silencio para não retardar ainda mais a lavratura do atestado. No campo “Observações Averbações” consta o nome de João Campos a frente de Maria Eduarda, mas em verdade Dudinha é a primogênita.
Retornei de Santos e embarquei no Hércules da FAB com 5 caixões ao meu lado. Cumpri minha última tarefa como amigo e advogado de Eduardo. Entreguei seu caixão aos seus filhos assim que o avião pousou. Finalizo com uma citação de Provérbios de Salomão que certamente Eduardo gostaria de ter deixado para seus filhos: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.” Provérbios 22:6 ARC.
Bruno Brennand – Advogado




