
Ao agradecer a homenagem, o parlamentar ressaltou a importância do principal cidadão de Exu, o Rei do Baião, que tornou a cultura do povo nordestino conhecida nacional e internacionalmente
Fã declarado do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o deputado Antônio Moraes recebeu, neste sábado (13), o título de cidadão do município de Exu – concedido a partir de projeto do vereador Roberto Bento. A data é marcante por ser o dia do aniversário de Gonzagão, que completaria hoje 113 anos. O cantor e compositor faleceu em 1989, aos 76 anos de idade, deixando um imenso legado musical e cultural sobre o povo nordestino, inclusive tendo se consagrado com a canção “Asa Branca”, composta em 1947, em parceria com o cearense Humberto Teixeira, na qual descreve com muita sensibilidade o sofrimento do povo sertanejo com a seca que sempre avassalou a região.
Antônio Moraes foi recebido com festa no Parque Asa Branca, que hoje é considerado o museu da história de Gonzagão. Defensor intransigente da cultura popular, o deputado é autor de várias emendas parlamentares destinadas àquele memorial, inclusive a deste ano, que financiou a pavimentação do estacionamento do parque. Moraes também é o autor da lei – aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa – que inscreveu o nome de Luiz Gonzaga no Livro do Panteão dos Heróis e das Heroínas de Pernambuco – Fernando Santa Cruz.
“Estamos comemorando os 113 anos de uma das figuras mais importantes na história da cultura nordestina. Luiz Gonzaga é o que a gente pode chamar de embaixador nordestino no Brasil e no mundo. É tão importante que, mesmo depois de morto, cada vez mais a música dele se mostra mais viva. Basta vir aqui em Exu para sentir o clima de festa. Hoje, por exemplo, encontrei com pessoas de praticamente todos os estados brasileiros visitando o Parque Asa Branca”, observou Moraes.
Pela manhã, o deputado participou de solenidade de hasteamento da bandeira de Pernambuco e da apresentação de vários sanfoneiros e grupos de forró que foram prestar homenagem ao maior ídolo da música popular nordestina. À noite, mais shows estavam previstos para homenagear o Rei do Baião, inclusive o do sanfoneiro Assisão, um dos chamados “afilhados musicais” de Luiz Gonzaga, assim como Dominguinhos, Elba Ramalho, Raimundo Fagner, Alcymar Monteiro, entre tantos outros.
Neste domingo (14), Antônio Moraes também participa da tradicional missa em homenagem a Gonzagão, sempre realizada sob o pé de Juazeiro no Parque Asa Branca. “Quero agradecer a todo o povo de Exu pela homenagem de me nomear cidadão do município, e também agradecer à governadora Raquel Lyra pela sensibilidade de contribuir com a preservação da memória do nosso Rei do Baião”, acrescentou.
“Luiz Gonzaga tinha um talento enorme para misturar ritmos tradicionais com melodias cativantes. Suas músicas refletiam o sofrimento, as lutas e as esperanças dos sertanejos, contribuindo para uma maior compreensão da situação no Nordeste e também para a difusão da nossa cultura. Mesmo após tantos anos da sua morte, seu legado continua a inspirar artistas contemporâneos e segue como um marco da música brasileira”, concluiu Antônio Moraes.
HISTÓRIA – Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, em uma casa de na Fazenda Caiçara, no povoado do Araripe, a 12 km de Exu. Era o segundo filho de Ana Batista de Jesus, conhecida como Mãe Santana, e oitavo filho de Januário José dos Santos, trabalhador rural e conhecido sanfoneiro da região, com quem Gonzagão teve suas primeiras lições musicais com a sanfona. Ainda muito jovem, ele começou a se apresentar em festas e feiras no sertão nordestino.
Pouco tempo depois, após dar baixa no Exército com a patente de sargento, ele se fixou no Rio de Janeiro, sempre mantendo-se fiel às origens como autêntico representante da cultura do Nordeste. Gonzagão faleceu no Recife, em 2 de agosto de 1989, após ter gravado nada menos que 627 músicas em 266 discos, sendo 53 delas de sua autoria única, 243 em parceria com vários artistas e 331 músicas de outros compositores. Em 2003, o então governador Jarbas Vasconcelos sancionou a lei que denominou “Rodovia Luiz Gonzaga” a BR 232, principal ligação entre o Recife e o interior de Pernambuco.



