A vereadora Cida Pedrosa (PC do B) protocolou um Projeto de Lei Ordinária (PLO) que propõe a alteração do nome da Rua Sete de Setembro para Rua Livreiro Tarcísio Pereira. O projeto é um reconhecimento à importância da Livro 7, de propriedade do livreiro, que durante 30 anos foi uma referência para milhares de estudantes e professores do Recife e região metropolitana e transformou a Rua Sete de Setembro em um polo de efervescência cultural. Tarcísio Pereira faleceu no último dia 25 de janeiro, aos 73 anos de idade.
“Já fizemos um ofício, pedindo ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geológico de Pernambuco para opinar sobre a proposta”, informa Cida Pedrosa, esclarecendo que o nome só pode ser alterado com a aprovação dessa instituição. O PLO será lido para as comissões durante a reunião ordinária da Câmara desta segunda-feira (1).
Mais que uma livraria, a Livro 7 de Tarcísio Pereira foi uma instituição formadora de cidadãos e cidadãs. Instalada num galpão de 1,2 mil metros quadrados, chegou a ter um acervo de 60 mil livros e ser apontada pelo Guiness Book, por cinco anos seguidos (entre 1970 e 1980), como a maior livraria do Brasil. Tarcísio tampouco era mais que o proprietário. Era um amante da literatura, que soube compartilhar esse amor com milhares de estudantes que só tiveram acesso a bons livros graças à sua generosidade. Quem não podia pagar, mesmo em suavíssimas prestações, podia ler o livro na própria livraria. Muitos até levavam para casa emprestado.
A livro 7 abriu espaço para o surgimento de movimentos literários e de novos escritores e escritoras na cena pernambucana e atraiu grandes personalidades ao Recife, como o escritor best-seller Sidney Sheldon, cuja presença provocou filas quilométricas na rua, na noite de autógrafos. Personalidades locais, como Ariano Suassuna, João Cabral de Mello Neto e Gilberto Freyre, e poetas renomadas como Olga Savary e Leila Míccolis também escolheram o inesquecível espaço da Sete de Setembro para lançar suas obras. Mesmo durante o Carnaval, a livraria era um chamariz para a Sete de Setembro. Afinal, era dali que saía a irreverente troça Nóis sofre, mas nóis goza!
Depois de protocolado, o projeto segue para apreciação nas comissões, antes de ser submetido à votação em plenário.
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