Por Silvio Costa
Respeito o contraditório, respeito todos os brasileiros e brasileiras que votaram em Jair Bolsonaro. Respeito o direito de escolha das pessoas. Reafirmo, como registro histórico, que os 57,7 milhões de votos em Bolsonaro tiveram como motivação maior o ódio ao PT. O ódio é o pior conselheiro.
Gostaria, neste momento, de estar errado. É evidente que jamais vou torcer contra o meu País, mas não tenho dúvidas de que os 57,7 milhões de brasileiros e brasileiras que votaram em Bolsonaro fizeram o maior gol contra da história do Brasil.
A goleada de 7 x 1 que levamos da Alemanha em 2014 jamais será esquecida. Foi uma tatuagem de mau gosto no futebol brasileiro. Lamento dizer que o tempo vai mostrar que aqueles e aquelas que marcaram o 17, no último domingo, a maioria movida pelo ódio, pela negação da política e pela ilusão da solução fácil não têm dimensão do tamanho do desastre que será o governo Bolsonaro.
Conheço Bolsonaro e o seu entorno político. Falta, inclusive, equilíbrio emocional há alguns deles. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, já agrediu o Mercosul, agrediu os industriais brasileiros e de maneira equivocada fala em usar as reservas cambiais, um dos pilares da credibilidade internacional do Brasil.
O presidente eleito Bolsonaro forma um superministério no qual o futuro ministro Paulo Guedes sequer terá tempo físico para gerenciá-lo. O presidente eleito Bolsonaro, de forma demagoga, diz que vai repassar as sobras da campanha à Santa Casa de Misericórdia, mesmo sabendo que a lei eleitoral não permite. Demagogia baratíssima.
É muito atropelo para pouco tempo de jogo. O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que sempre teve um déficit de diálogo no Parlamento, já levou o primeiro “carão” público de Paulo Guedes, por dar “pitaco” onde não foi chamado: a economia. Nunca vi uma equipe de transição de governo com uma dupla tão desafinada.
Este será o governo mais entrópico da história do Brasil. Mas, é preciso ressaltar, também, que a democracia é um sistema político tão forte que permite a vitória do erro.
Nós, os 47 milhões de brasileiros e brasileiras que votamos em Fernando Haddad, a partir de agora temos que torcer pelo Brasil. Temos que entender que o País é maior do que qualquer partido político e qualquer presidente eleito, e que o principal papel da oposição não é trabalhar contra, mas sim fiscalizar o presidente eleito e o seu governo.
É hora da oposição brasileira refletir e reaprender a conversar com o Brasil.
Valter Mario Pestana diz
Discordo totalmente quanto a justificar a vitória de Bolsanaro como sendo por ódio ao PT. Na verdade Haddad tinha apenas 4% dos votos e depois do apoio dado por Lula, teve sua candidatura referendada por 47% dos votos válidos. O que levou Bolsonaro à presidência foi a ojeriza que o povo brasileiro está da corrupção praticada pela esquerda, pelo desvio das verbas públicas, pela total falta de segurança, pelo sucateamento da saúde e da educação. Temos nossas próprias necessidades que nos impede de autorizar que o PTismo mande nosso dinheiro para pagar quem o sustentou enquanto na oposição. Nosso povo está começando a enxergar o discurso popularesco, falso e demagogo de que se presidente, poderia no primeiro dia aumentar salário, bolsa família ou dar desconto no gás pois, tudo isso tem que passar pelo congresso.
Lei rouanet não deveria sustentar artistas ricos a fundo perdido mas nossos congressistas acham isso normal. Não poderiam legislar em causa própria, concedendo todo tipo de benefício a uma classe de políticos já bastante privilegiados em detrimento ao que passa esse povo, desprovido de um mínimo de dignidade e, não venha me dizer que o bolsa família trouxe isso ao povo.
A esquerda no poder a mais de 20, deixou de herança o país dividido, desemprego, corrupção, o caos instaurado. Vamos todos ter a consciência de que nos próximos quatro anos o Brasil será presidido por Bolsonaro, presidente do Brasil verde e amarelo e não de uma ideologia vermelha de vergonha.