Missa do Vaqueiro encerra São João de Petrolina com bênçãos e devoção à cultura sertaneja

Petrolina viveu, neste domingo (29), um dos momentos mais simbólicos de sua tradição cultural com a realização de mais uma edição da Missa do Vaqueiro. Com mais de 80 anos de história, o evento celebrou a fé, emoção e respeito às raízes do povo sertanejo, marcando o encerramento oficial do ciclo junino da cidade, que desde abril movimenta a capital do sertão pernambucano.

Logo nas primeiras horas da manhã, centenas de vaqueiros e vaqueiras, de todas as idades, tomaram as ruas da cidade montados em seus cavalos, trajando o tradicional gibão e chapéu de couro, símbolos de resistência e identidade. Junto com a vaqueirama também estava o prefeito Simão Durando, o vice Ricardo Coelho e o ex-prefeito Miguel Coelho. Após um café da manhã ao som da sanfona no Restaurante Popular, os vaqueiros se concentraram nas imediações do Estádio Paulo Coelho, de onde partiram em cortejo até a Orla de Petrolina.

Durante o percurso, o som do aboio ecoou pelas ruas e emocionou quem acompanhava. Moradores e turistas se uniram em aplausos, alguns visivelmente comovidos, em um gesto de reconhecimento à cultura nordestina e ao legado do homem e pela mulher do campo.

Às margens do Rio São Francisco, a celebração da tradicional missa foi presidida pelo padre José Guimarães. A cerimônia foi marcada por momentos de forte espiritualidade e simbolismo. O Terço dos Homens da Cohab Massangano, os aboiadores Edvaldo e Jocélio Vaqueiro, além de Zezinho do Violão e o Quinteto Violado, participaram da celebração, que emocionou o público com cânticos como a “Ave Maria Sertaneja”, e a “Oração de São Francisco”.

Emocionado, o prefeito Simão Durando destacou a importância do evento para a cidade para conservar a tradição e fortalecer uma das mais fortes características do povo sertanejo: a fé. “Essa é uma das festas mais emocionantes da nossa cidade. A Missa do Vaqueiro celebra mais de oito décadas de tradição e representa a fé de um povo que nunca deixa de agradecer. É uma homenagem justa aos homens e mulheres do campo, que ajudaram a construir o que somos hoje. Encerramos com chave de ouro um ciclo junino de muito sucesso, com a bênção de Deus e a força da nossa cultura”, afirmou.

Após a missa, Sérgio do Forró e Raimundinho do Acordeon garantiram o encerramento do ciclo junino com um espetáculo repleto de um dos mais tradicionais ritmos da cultura raiz do Sertão Brasileiro.