
Itapissuma celebra mais uma conquista relevante no campo da educação básica: as escolas Maria Oliveira e Zuleide Marques conquistaram, respectivamente, o 1.º e o 2.º lugar entre as instituições com melhores índices de alfabetização no Programa Criança Alfabetizada (PCA). O resultado representa um marco que combina opção política, trabalho técnico e práticas pedagógicas adaptadas à realidade municipal — resultado de um processo que se tornou rotina desde 2017, quando a agenda passou a receber prioridade administrativa.
Política como alavanca de transformação
A permanência da educação como prioridade de governo permitiu a alocação continuada de recursos e a construção de políticas públicas estáveis. A administração da família Irmã Teca — iniciada com Zé de Irmã Teca e mantida e ampliada pela gestão de Júnior de Irmã Teca — transformou a alfabetização em bandeira de transformação social: programas de apoio às famílias, valorização docente e investimentos em formação contínua integrar a estratégia governamental. Essa opção política não é fim em si mesma; é instrumento para criar condições que possibilitem que as práticas técnicas atinjam resultados concretos em sala de aula.
Rigor técnico e práticas contextualizadas
Por trás do resultado há decisões metodológicas claras. O processo de alfabetização em Itapissuma foi pensado como um percurso personalizado, ajustado às especificidades socioculturais do município. A fluência leitora aparece como eixo central desse trabalho — não apenas como velocidade, mas como um conceito de prática que combina atividades de escuta, designação de signos, consciência fonológica e leitura orientada, capazes de imergir o aluno no uso efetivo da linguagem. Ao articular formação docente, monitoramento contínuo da aprendizagem e intervenções pedagógicas dirigidas, a rede municipal garante que o trabalho técnico tenha disciplina e capacidade de resposta aos desafios do ensino-aprendizagem.
Quadro normativo e critérios de premiação
A premiação “Escola Destaque” integra o Programa Criança Alfabetizada, instituído pela Lei nº 16.617/2019, e é operacionalizada pelo Decreto estadual nº 55.528/2023. Para concorrer ao prêmio, as escolas devem atender cumulativamente aos requisitos definidos no decreto, entre os quais: I) possuir, no momento da avaliação SAEPE, pelo menos 20 alunos matriculados no 2.º ano do Ensino Fundamental regular; II) obter média na escala decimal do SAEPE situada entre 8,50 e 10,00; e III) apresentar, no mínimo, 90% dos alunos do 2.º ano avaliados pelo SAEPE. Em caso de empate, critérios sucessivos de desempate privilegiarão o maior percentual de alunos no nível “desejável” e os menores percentuais nos níveis “Elementar I” e “Elementar II”, além do maior percentual de alunos avaliados.
Resultados e significado local
Em um comparativo regional envolvendo 14 municípios, Itapissuma obteve excepcional desempenho: duas escolas municipais ocuparam as duas primeiras posições, reforçando a eficácia do modelo local. O feito confirma que a convergência entre decisão política — que garante recursos e continuidade — e prática técnica — que qualifica docentes e contextualiza metodologias — produz efeitos mensuráveis. Desde a adesão ao PCA, Itapissuma tem sido reconhecida regularmente: entre os anos de premiação constam Otacília (2020), Zuleide (2022), Dilma, Otacília e Zélia (2023), Maria Oliveira e Zuleide (2024), e agora o destaque consolidado em 2025.
Lições e próximos passos
A experiência de Itapissuma aponta lições claras para gestores públicos: estabilidade de prioridades e investimento técnico são complementares e imprescindíveis. Para consolidar os ganhos, é necessário ampliar a formação continuada dos docentes, sistematizar instrumentos de monitoramento pedagógico e assegurar que os recursos do prêmio sejam convertidos em planos de melhoria com metas e indicadores claros. Manter a articulação entre assistência social e educação — reduzindo barreiras socioeconômicas que comprometem frequência e rendimento — continua sendo condição necessária para que as práticas promovam aprendizagem efetiva para todos.
Conclusão
A vitória no PCA 2025 é mais do que um troféu; é a confirmação de que um projeto que alia compromisso político e rigor técnico transforma estatísticas em trajetórias de vida. Itapissuma demonstra que investimento público estratégico e práticas pedagógicas contextualizadas podem, de fato, colocar uma rede municipal no topo do desempenho educacional estadual — e, sobretudo, abrir portas reais de oportunidade para as crianças do município.



