
Uma vaga estratégica em 2026
A disputa entre João Campos e Raquel Lyra pelo Governo de Pernambuco promete ser um dos embates mais estratégicos da eleição de 2026. Mais do que uma simples batalha entre dois nomes de peso da política estadual, o cenário que se desenha revela nuances que podem definir o futuro do comando do Estado. Uma dessas nuances é a escolha dos vices, que, nesta eleição, poderá ser o verdadeiro “pulo do gato” para quem deseja chegar ao Palácio do Campo das Princesas.
No lado da governadora Raquel Lyra, que deve tentar a reeleição, há duas peças importantes nesse jogo: a atual vice-governadora Priscila Krause e o senador Fernando Dueire, cotado para uma eventual composição. Caso Raquel consiga renovar seu mandato, é possível que Priscila permaneça como vice. Com isso, terá grandes chances de assumir o governo nos últimos meses do segundo mandato de Raquel, caso esta venha a se desincompatibilizar para disputar outro cargo ou simplesmente encerrar sua gestão. Nessa condição, Priscila poderia concorrer à reeleição já no cargo de governadora, uma vantagem considerável em qualquer cenário.
No campo da oposição, o prefeito do Recife, João Campos, que desponta como principal adversário de Raquel, também articula com habilidade a montagem de sua chapa. Dois nomes circulam como potenciais vices: o presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto, e o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho. Ambos têm musculatura política e regionalização estratégica, somando força ao projeto de Campos. Em caso de vitória, João pode trilhar um caminho semelhante ao de Raquel: com uma gestão bem avaliada, poderá deixar o cargo em 2030 para disputar a Presidência da República — algo cada vez mais presente nos bastidores do PSB — abrindo espaço para que seu vice assuma o governo e dispute a reeleição no cargo.
Assim, ser vice-governador em 2026 será mais do que um prêmio de consolação para quem for preterido na disputa pelo Senado. Pode, inclusive, representar um caminho mais curto e menos tortuoso do que uma vaga na Câmara Alta, considerando o cenário fragmentado e imprevisível da eleição senatorial. Em um tabuleiro de peças em movimento, o vice pode ser, na prática, o governador de amanhã.
Opções – O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho está cheio de opções para 2026. Além de tentar o Senado Federal, ele não descarta tentar a reeleição para a Câmara dos Deputados ou ficar até o final do mandato no ministério. O republicano tem feito um grande trabalho no primeiro escalão de Lula e não será óbice ao entendimento da Frente Popular.
Flertando – Não é mais novidade pra ninguém que Marília Arraes começou a ter conversas com a governadora Raquel Lyra. Fora da majoritária da Frente Popular em caso de candidatura de João Campos ao governo estadual devido ao parentesco, uma vez que seria pouco aceito dois membros da mesma família numa mesma chapa, Marília poderia ser uma aposta de Raquel Lyra para a Câmara Alta em sua chapa de reeleição.
Suplência – Caso troque o Avante pelo PSDB, Cristiane Moneta perderá a primeira suplência do Avante na Câmara dos Deputados. Ligada aos Oliveira, Moneta poderá assumir a presidência do PROCON com o aval do presidente da Alepe, Álvaro Porto, que chancelaria sua indicação como cota do PSDB.
Visita – O ex-governador Jarbas Vasconcelos e o deputado estadual Jarbas Filho visitaram, nesta quarta-feira (16), o Mercado da Encruzilhada, mantendo viva uma tradição familiar durante a Semana Santa. A dupla percorreu o local, comprou frutos do mar e conversou com feirantes e frequentadores. Apaixonado pelos mercados públicos desde jovem, Jarbas foi responsável por importantes reformas nesses espaços quando prefeito do Recife — legado que hoje inspira o filho, defensor da cultura popular e do empreendedorismo local.
Inocente quer saber – Existem mais nomes para a vice de João Campos e de Raquel Lyra em 2026?
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