O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou dos protestos desse domingo, 1º, mas evitou fazer discursos de improviso e surpreendeu por não fezer críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que agradou a cúpula do Centrão. Aliados do presidente temiam que Bolsonaro, comparecendo às manifestações, aumentasse a tensão com o Judiciário.
Os líderes do Centrão, base aliada do governo no Congresso Nacional, preferiam, inclusive, que o presidente não comparecesse aos atos de domingo. Ele, porém, fez questão de estar presente, para estar, como disse, ao lado de seus apoiadores fiéis. Mas atendeu pelo menos em parte ao desejo de seus aliados, evitando criticar o Judiciário. Entretanto, no ato em Brasília, onde Bolsonaro esteve mas não discursou, cartazes e falas em carros de som pediam intervenção militar e faziam ataques ao STF. Intervenção militar e ataques aos poderes são inconstitucionais.
O receio do Centrão é que, com críticas em tom autoritário ao Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro perca apoio entre eleitores de centro, que não aprovam esse tipo de comportamento presidencial. Ou seja, o cálculo eleitoral é que pesa nos alertas feitos ao presidente sobre a necessidade de parar com os ataques ao tribunal. Entre os aliados do presidente, no entanto, a avaliação é que não dá para cravar que ele vai realmente baixar o tom na relação com o Judiciário. Isso porque, em outras ocasiões, ele fez um recuo momentâneo, mas depois voltou à carga nos ataques ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral.
G1 Política
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