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Postado por Estefane Hermano às 10:00 am do dia 14 de outubro de 2024

A Derrocada do Grupo Boca Preta e o Impacto da Alta Aprovação de Fábio Aragão nas Eleições de 2024 em Santa Cruz do Capibaribe

Foto: Divulgação

Por Jairo Gomes

As eleições municipais de 2024 em Santa Cruz do Capibaribe representaram um verdadeiro divisor de águas na política local, com o Grupo Boca Preta, encabeçado pela candidata Alessandra Vieira (PL), sofrendo uma derrota avassaladora. Os números não deixam dúvida sobre a magnitude do revés: Alessandra obteve 11.692 votos, representando apenas 22,47% do total. Enquanto isso, Robson Ferreira (Grupo Verde) conseguiu 3.803 votos (7,31%), e o grande vitorioso da eleição foi Helinho Aragão (Grupo Taboquinha), com expressivos 36.318 votos, conquistando 69,80% da preferência do eleitorado.

Este resultado evidencia não apenas a força da candidatura de Helinho Aragão, mas também o colapso da estratégia do Grupo Boca Preta e a incapacidade de Alessandra Vieira em capitalizar apoios significativos. A vitória de Helinho, com o respaldo do prefeito Fábio Aragão, que ostenta uma aprovação próxima a 90%, consolidou uma hegemonia política que deixa a oposição enfraquecida e à deriva.

A Força da Aprovação de Fábio Aragão e o Impacto na Eleição
A popularidade massiva de Fábio Aragão foi um dos fatores determinantes para o sucesso de Helinho. Ao abdicar da reeleição e indicar seu vice para a disputa, Fábio transferiu boa parte de seu capital político para Helinho, que se beneficiou diretamente dessa estratégia. A gestão com aprovação estratosférica refletiu-se nas urnas, mostrando que os eleitores desejavam continuidade e estabilidade.

O apoio de Fábio Aragão, aliado ao fato de que a oposição falhou em se conectar com as necessidades locais, deu a Helinho uma base eleitoral sólida, que foi ampliada ao longo da campanha. A estratégia de Helinho e seu grupo foi clara: capitalizar a satisfação popular com a gestão atual e evitar erros, enquanto o Grupo Boca Preta parecia estagnado e sem direção.

Erros do Grupo Boca Preta: O Que Explica a Derrota de Alessandra Vieira?
1.Desconexão com as Prioridades Locais
Alessandra Vieira tentou nacionalizar a campanha ao se associar ao PL e ao bolsonarismo, mas essa estratégia não encontrou ressonância com os eleitores da Capital da Moda, que estavam focados em questões locais. A ausência de propostas concretas para resolver problemas municipais contribuiu para o distanciamento da candidata em relação ao eleitorado, que estava mais interessado em soluções práticas para o dia a dia.

2.Esperança Frustrada com Alianças
O Grupo Boca Preta investiu tempo e energia em uma aliança com o Grupo Verde, que acabou não se concretizando. Essa indecisão e a demora em definir uma estratégia mais assertiva enfraqueceram a candidatura de Alessandra, que acabou isolada e sem o apoio necessário para uma campanha robusta. Enquanto o grupo Taboquinha estava em plena mobilização, o grupo Boca Preta ainda tentava se organizar.

3.Subestimação da Força de Helinho Aragão
Alessandra Vieira e seu grupo não anteciparam o impacto que a força de Helinho Aragão teria na disputa. Com uma campanha eficiente e o apoio da governadora Raquel Lyra, dos deputados Diogo Moraes e Felipe Carreras, além da adesão de várias lideranças locais, o grupo de situação atraiu votos de diversos setores da sociedade. A subestimação dessa capacidade de mobilização foi fatal para o grupo oposicionista.

4.Falta de Propostas Concretas
A campanha de Alessandra foi marcada por críticas à gestão de Fábio Aragão, mas falhou em oferecer alternativas reais e viáveis. O eleitorado demonstrou desinteresse por ataques sem propostas claras e optou pela continuidade de uma gestão que vinha apresentando resultados satisfatórios.

5.Escolha de Vice e Baixo Desempenho de Líderes Históricos
A escolha de Ezequias Azevedo como vice não gerou o impacto esperado. A tentativa de atrair o eleitorado evangélico com essa indicação não foi suficiente para reverter o cenário desfavorável. Além disso, a queda de popularidade de líderes históricos, como Dida de Nan, que obteve apenas 611 votos para vereador, evidenciou o enfraquecimento do grupo como um todo.

O Impacto dos Números: O Que Eles Revelam?
Os resultados eleitorais falam por si. Com 69,80% dos votos, Helinho Aragão se consolidou como o novo prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, recebendo a confiança de uma ampla maioria. A expressiva diferença entre Helinho e Alessandra (mais de 24.000 votos) reflete não apenas a força da gestão de Fábio Aragão, mas também a falência das estratégias adotadas pelo Grupo Boca Preta.

Robson Ferreira, com 7,31% dos votos, também não conseguiu se consolidar como uma terceira via viável. Seu desempenho apenas confirmou a polarização entre os grupos tradicionais, com o Grupo Taboquinha saindo vitorioso de forma esmagadora.

Um Futuro Incerto para o Grupo Boca Preta
A derrota de Alessandra Vieira nas urnas representa uma dura lição para o Grupo Boca Preta. Para voltar a ter relevância nas futuras disputas eleitorais, o grupo precisará fazer uma profunda reavaliação de suas estratégias, entender as demandas da população e, principalmente, se reconectar com o eleitorado local. A desconexão com a realidade do município e a subestimação da força do grupo Taboquinha foram fatais para a campanha.

Com Helinho Aragão assumindo a prefeitura, a continuidade das políticas de Fábio Aragão está assegurada, e o desafio para o Boca Preta será encontrar novas formas de se reinventar e conquistar a confiança do eleitorado nas próximas eleições.

O futuro do grupo, neste momento, parece incerto, mas uma coisa é clara: sem mudanças profundas, o caminho para a recuperação política será árduo.

Arquivado em: Pernambuco, Política

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Edmar Lyra

Jornalista político, foi colunista do Diário de Pernambuco e da Folha de Pernambuco, palestrante, comentarista de mais de cinquenta emissoras de rádio do Estado de Pernambuco e CEO do instituto DataTrends Pesquisas. DRT 4571-PE.

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