A carta divulgada pela deputada estadual Priscila Krause encerra um ciclo de 27 anos da parlamentar no Democratas, que já foi PFL, colocando um ponto final de uma trajetória de muita dedicação e coerência ao seu partido.
A mudança de Democratas para União Brasil deixou naturalmente a parlamentar desconfortável. O próprio ato de filiação do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, ao partido foi uma evidência clara de que Priscila dificilmente permaneceria na legenda. Ela não aceitou discursar e ainda tinha o semblante em seus olhos de que não estava confortável naquele evento.
Nos bastidores, a falta de diálogo do partido no âmbito estadual com a parlamentar sobre a fusão com o PSL e a chegada do prefeito Miguel Coelho, foram determinantes para a decisão. Além de rusgas do passado com o clã de Petrolina, especialmente o episódio da liderança da oposição na Alepe em 2019, que demoveu Priscila para a indicação de Marco Aurélio, outro fator foi a posição de Mendonça Filho, que teria dito a interlocutores que Priscila o seguiria para qualquer caminho que viesse a ser adotado por ele, sem necessariamente combinar com a parlamentar, o que causou tremendo desconforto entre os dois.
A saída de Priscila Krause se soma a outros nomes de igual envergadura que pouco a pouco foram deixando o PFL, a exemplo de Inocêncio Oliveira, José Múcio, Augusto Coutinho e André de Paula, que decidiram trilhar outro caminho. O partido terá agora o enorme desafio de com Miguel Coelho, Luciano Bivar e outras lideranças se reinventar, uma vez que o Democratas de Pernambuco perdeu protagonismo e perdeu quadros que jamais poderiam ter saído da sigla.
