A candidata a prefeita do Recife, Delegada Patrícia (Podemos), deu continuidade à sua agenda de sábado (26), na Vila São Miguel, em Afogados, Zona Oeste do Recife. Por volta das 15h30, ela conversou com moradoras e moradores na sede do Clube Limonil, de samba, fundado em 1938, um espaço tradicional na comunidade.
“O que eu desejo é que cada mulher e cada homem do Recife tenha o justo o direito de ser feliz”, disse Patrícia para os moradores que a receberam. Em seguida, a delegada seguiu em caminhada pela comunidade. Quanto mais por dentro da Vila São Miguel, mais os velhos problemas aparecem. O esgoto a céu aberto é uma constante nas ruas apertadas da comunidade, onde crianças e idosos circulam.
Alexandre de Moura, 59 anos, é comerciante e tem uma pequena venda em sua própria residência na Vila. Ele mora no local há 23 anos. Afirma que as duas principais carências da comunidade são a falta de iluminação pública e a ausência de saneamento. “Quando chove, ou a maré transborda, a água vem para o esgoto e volta para dentro das casas. Mais para dentro da comunidade, também, é tudo escuro. Não tem luz. Os próprios moradores que tiram a sujeira e tentam iluminar a rua”, disse Moura.
Em uma área de maré e manguezal, alguns moradores da Vila São Miguel trabalham na coleta de mariscos. Essa parte da comunidade é a mais precária de limpeza urbana e esgoto. Ratos, cobras e escorpiões também entram nas casas, a maioria de madeira e tábuas, pela falta de condições de saneamento. É o que conta Vânia Corrêa, de 64 anos, que mora desde que nasceu na Vila São Miguel. Ela vive na mesma casa com o filho Melke, 34, e um neto, de 10 anos. “Com criança em casa é muito perigoso. Esses bichos mordem, dão doenças. Ninguém faz nada por essa comunidade”, disse Vânia.
Kássia Cristina, 28 anos, nascida e criada na comunidade, relata problemas similares. Ela é filha de Vado do Bar, presidente do Clube Limonil. Kássia tem dois filhos, um menino de 6 e outro de 3 anos, e mora numa casa nos fundos da residência dos pais, na Vila São Miguel.
“O posto de saúde daqui tem falta de médico e funciona numa casa pequena alugada. Às vezes a gente é atendido por enfermeiro ou agente de saúde porque não tem médico. A creche que tem aqui também é muito pequena. Um menino meu eu tenho que deixar numa creche lá em Afogados e outro na da Vila da Imbiribeira”, disse.
Patrícia ouviu apoiadores e escutou demandas das moradoras e moradores. Novamente, se comprometeu a levar melhorias à comunidade da Vila São Miguel. A delegada reafirmou seu compromisso de gerir a cidade com a população, ouvindo e priorizando as necessidades de cada localidade.
“A Vila São Miguel foi abandonada pelo poder público, mas nós vamos trabalhar para que todos os seus moradores voltem a ter condições dignas de moradia, saneamento, saúde e educação”, concluiu Patrícia.
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