Impasse em São Paulo trava federação entre MDB e Republicanos
A construção de uma federação entre MDB e Republicanos, que poderia representar uma reconfiguração significativa no equilíbrio de forças da política nacional, está atravancada por um obstáculo regional com peso decisivo: o estado de São Paulo. O impasse paulista, cada vez mais cristalizado, tem sido o principal fator a impedir que o projeto ganhe corpo e viabilidade.
O nó está diretamente relacionado aos dois principais líderes das legendas envolvidas. De um lado, o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi, trabalha nos bastidores para consolidar o nome do prefeito paulistano Ricardo Nunes como candidato ao governo do Estado em 2026. De outro, Marcos Pereira, presidente do Republicanos, tem compromisso firme com a reeleição do governador Tarcísio de Freitas, seu correligionário e um dos nomes mais influentes da direita no país.
Com dois projetos distintos e conflitantes em São Paulo, qualquer tentativa de aliança formal entre os partidos se torna impraticável. Para observadores experientes da cena política, o caso paulista simboliza como os interesses locais podem travar iniciativas nacionais. A federação, por definição, exige unidade e coesão entre as siglas em todos os estados. E São Paulo, sendo o maior colégio eleitoral do país, não pode ser simplesmente contornado.
Nos bastidores, a única alternativa cogitada para destravar o cenário seria uma eventual candidatura de Tarcísio à Presidência da República em 2026. Nesse cenário, o campo para uma candidatura de Nunes ao Palácio dos Bandeirantes estaria aberto, facilitando um acordo entre as legendas. No entanto, essa possibilidade ainda é tratada como hipótese remota. O governador tem mantido o foco na gestão estadual e na tentativa de reeleição, embora seja citado em conversas sobre sucessão presidencial.
Enquanto essa equação não se resolve, MDB e Republicanos permanecem em um jogo de espera. Em outras regiões, o diálogo avança, mas sem São Paulo, a federação simplesmente não se sustenta. O episódio é mais um retrato das dificuldades do modelo federativo partidário brasileiro, que exige alinhamento total mesmo em contextos políticos extremamente distintos entre os estados.
A verdade é que, por ora, São Paulo não é apenas parte do problema — é o problema. E enquanto os caciques locais não encontrarem uma solução comum, a federação seguirá apenas como uma ambição congelada nos gabinetes de Brasília.
Em Nova York – A governadora Raquel Lyra embarcou ontem para Nova York, onde cumpre agenda até o dia 16 em busca de investimentos e parcerias estratégicas para o estado. A missão internacional ocorre durante a Brazilian Week e inclui participação em eventos como o LIDE Brazil Investment Forum e a Sugar & Ethanol Conference, além de encontros com investidores e instituições financeiras. A comitiva pernambucana vai apresentar projetos nas áreas de infraestrutura, energia, inovação e finanças sustentáveis, reforçando o posicionamento de Pernambuco como destino competitivo no cenário global.
China – O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, acompanha o presidente Lula em viagem à China, onde participa do Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, com o objetivo de apresentar uma carteira de projetos voltados ao setor portuário e hidroviário. Durante a Sessão Ministerial do evento, o ministro destacará a meta do Governo Federal de realizar 60 leilões de concessões até 2026, com expectativa de atrair R$ 30 bilhões em investimentos, além de apresentar o Túnel Santos-Guarujá como o maior projeto em infraestrutura do Novo PAC.
Contag – A Polícia Federal identificou que a Contag foi responsável pela maior parte dos descontos em folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS entre 2019 e 2024, somando mais de R$ 2 bilhões, com registros de descontos em massa em municípios do Nordeste — alguns com mais de 80% dos beneficiários afetados. Segundo relatório citado pelo portal R7, a Contag teria solicitado ao INSS o desbloqueio automático dos benefícios para implementar os descontos sem controle eficaz, atingindo especialmente idosos em áreas rurais. Diante das suspeitas de irregularidades, como o caso de um aposentado no Amazonas vinculado a uma associação a quase mil quilômetros de distância, a Justiça Federal determinou o bloqueio de descontos não autorizados. A entidade alega que todos os descontos foram devidamente autorizados, enquanto o governo analisa formas de ressarcimento aos prejudicados.
Inocente quer saber – A federação entre MDB e Republicanos será efetivada para 2026?
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