Engana-se quem pensa que o vice-governador João Lyra Neto será um óbice ao êxito do candidato ungido por Eduardo Campos nas eleições do ano que vem. João vem de uma escola política muito coerente e tem uma característica muito peculiar de ser um cumpridor de missões.
João Lyra tinha o projeto de ser o escolhido por Eduardo sim. É inerente da política alguém que ocupa cargos eletivos ter como objetivo governar seu estado e naturalmente passar pelo teste das urnas. João será governador a partir de 4 de abril. Mas ele tem ciência de que sem o aval de Eduardo não teria a menor condição de buscar uma eventual reeleição.
João Lyra não tinha o comando do PDT e apenas por isso migrou pro PSB, partido que já fazia parte a sua filha Raquel, deputada estadual. Ele pensava também que com o cargo na mão e fazendo parte da mesma sigla de Eduardo poderia lhe credenciar para o projeto de reeleição.
Em 2006 Mendonça Filho assumiu o governo, forçou Jarbas a escolhê-lo e acabou derrotado por Eduardo. Mendonça era bem mais jovem que Lyra, com uma qualificação técnica até maior que o atual vice-governador e mesmo assim não foi capaz de levar a União por Pernambuco a vitória.
O exemplo de Mendonça serve pra Lyra. Mesmo assim dentre os políticos vivos João se juntará aos poucos que governaram Pernambuco. Apenas Jarbas Vasconcelos, Marco Maciel, Gustavo Krause, Roberto Magalhães, Joaquim Francisco, José Ramos, Mendonça Filho e Eduardo Campos tiveram a oportunidade de sentar na cadeira do Palácio do Campo das Princesas. E poucos conseguirão daqui em diante.
Por isso ele deverá se dedicar a criar uma marca própria e se vangloriar por ter sido governador de Pernambuco ainda que por nove meses. Reitero: João não será empecilho para Eduardo fazer o sucessor. Ele não vai querer entrar para a história política como traidor e sim como tem sido a sua marca desde sempre: fiel, leal e correto.
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