Por Henrique Barbosa
Será que o mês de junho deste ano não vai nos deixar nenhuma lição. Nossos filhos foram às ruas pedir mais. Pedir saúde, educação, transporte, segurança, seriedade, correção e tudo aquilo que o Governo é responsável, mas não fornece ao cidadão. O motivo? Quem sabe. Sabe-se, apenas, que a impunidade e a sanha arrecadadora do Poder Público cresce violentamente.
Então, cabe uma pergunta. Por que os empresários continuam investindo no Brasil se não há a contrapartida e os incentivos governamentais? Será loucura ou ufanismo empresariam exagerado?
Acredito que não. Vou explicar! Sou brasileiro/pernambucano com muito orgulho. Nasci na maternidade do Derby que hoje não existe mais. Não vou falar de mim ou do ano em que nasci, pois não é importante.
Falo, sim, de um matuto do interior de Sergipe nos idos de 1938, no povoado da Serra do Machado, agreste de Sergipe. Viu seu pai, Pedro Paes Mendonça abrir uma mercearia. Tomou gosto. Aos 20 anos já era sócio do pai. E por ai foi. Em 1961, abriu um supermercado em Propriá, ainda em Sergipe. Em 1966, abriu o primeiro Bompreço com o slogan: “uma loja em Casa Amarela, servindo a cidade inteira”. Em 1973 o Bompreço tornou-se hipermercado com a inauguração de mais um empreendimento, a gora no bairro de Caxangá.
Pelo merecimento, em 1974 João Carlos Paes Mendonça recebeu o título de Cidadão Recifense, e em 1980 a Assembleia Legislativa do Estado lhe outorgou o título de Cidadão Pernambucano. Em 1977 começou a diversificar suas atividades. Tornou-se presidente da Associação Brasileira de Supermercados dirigindo o Órgão por 10 anos seguidos.
Com uma violenta crise que abalou o sistema Jornal do Commercio de Comunicação, tornou majoritário do JC em 1987. Neste mesmo ano, o Bompreço ocupava a 36ª colocação no ranking das empresas brasileiras. Sem esquecer as suas raízes sertanejas, criou outro slogan: O orgulho de ser Nordestino. Surgiu, então o multimídia. Hoje tem sob sua responsabilidade a Fundação Pedro Paes Mendonça, o Instituto JCPM de Compromisso Social, 11 Shopping Centers e empreendimentos imobiliários . Tem equipe, tem sangue nas veias e, aos 75 anos, não para em casa. Está sempre espiando suas empresas e pensando em novos negócios.
Bom para o Brasil!
É evidente que o Grupo JCPM tem seus problemas e suas dificuldades. Mas, assim como outros empresários, insiste em acreditar no Brasil. Imagine se, ao invés de JCPM fosse uma das 32 siglas partidárias que atuam sem a mínima preocupação com a continuidade das obras do País. Quando um partido que está no poder não termina uma obra ela vira sucata.
No estado de Sergipe, por exemplo, cerca de 300 estão obras paralisadas, inacabadas, abandonadas ou em ritmo lento. Em todo país estima-se que são cerca de 30 mil obras da mesma forma. A informação é da Associação Sergipana de Empresários em Obras Públicas e Privadas. Não é demais, um absurdo.
Em 2014, teremos nova eleição presidencial. Teremos vários candidatos. Todos oferecendo uma tábua de salvação para o Brasil. O certo é que hoje, nenhuma proposta concreta para diminuir o nosso sofrimento e aumentar as nossas esperanças de um futuro melhor foi apresentada. Quem sabe se os nossos governantes com pouca ou nenhuma formação administrativa e empresarial não procuram quem cuida do caixa e sabem fazer conta.
Henrique Barbosa é jornalista.
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